domingo, 20 de maio de 2007

Luz Taciturna

Tão solitária, ela, às vezes me parece tomada de toda a melancolia que nem um domingo à noite consegue suportar. Sem contar a briga que deve ser para saber quem brilha mais naquele céu, quem vai estar mais perto da Lua quando esta estiver cheia?
Meus pêsames a quem nunca teve o hábito de olha-las durante toda a infância, num liberto descampado onde tu tens a certeza que é somente você, mesmo ainda criança.
Tudo bem. Viveste sempre na grande cidade. Mas as via, ao menos, da janela?
Não? Putz!
Triste são aqueles cuja preferência sempre foi um Big Mac a fitar as estrelas.
Por que não as devorou naquela noite sozinha?
Esqueceste delas para namorar as novelas?
Ou só admirava a lua, pois de maior volume se fazia?
Então, caros amigos – para não plagiar, leitores –, comece a percebe-las. Vá devagar. Sem assusta-las. Tímidas sim! Apesar da tua atenção querer chamar todas as noites e você ai sem dar a mínima. Tome-se de coragem e vá lá fora. Pegue um pouco de humildade e fique horas a fio conversando com elas. Aproveite! Assim nunca mais se sentirás sozinho.




Luz Taciturna


Fulgurante grânulo permanente
Que refringe de um ponto horizontal.
Desmantelastes, tu,
Há anos milhares
Em pequenos rochedos
Para brilhar no fundo
Do meu quintal.

Desça! Do plasma-éter teu
E humaniza-te como nós,
Pois tu tão distante,
Mais parece um fragmento de Deus.

Mas pare por aí!
Submersa e junto às outras bilhares
Que iluminam nosso céu.

Pois se todas
Estiverem coplanadas
Num mesmo dia,
Numa mesma alma,
Minha inconsciência
Realizar-se-ia
Ao ver todas vocês,
Todas as noites,
Noites feito dia.

5 comentários:

Álvaro S.Frasson disse...

Já que não recebi um sequer "Que bosta!" sobre minhas últimas postagens (sim são poemas e daí?), resolvi, eu mesmo, comentar minha mais nova poesia. Bom, lá vou eu!

Querido Zé,

você é um hipócrita!
Nem olhas tanto assim as estrelas para reivindicar maior atenção a elas. Se me lembro bem a última vez que as olhou, e faz tempo, estavas deitado no asfalto num cruzamento olhando para cima, talvez as estrelas. E visivelmente bêbado!

E que viadagem hein! Vê se escreve sobre política, sobre futebol ou algo mais útil que esses poeminhas pra boi dormir!

Obrigado

Anônimo disse...

AAmeei!!
ainda bem que ainda existem pessoas que escrevem assim e sobre essas coisas que muitos não valorizam!
beijoo e nunca pare de escrever
;*****

Anônimo disse...

Comentando o teu comentário.

Não existe jeito melhor de olhar as estrelas do que ligeiramente embriagado. Não há, hão há e não há!

Antonieta de Barros disse...

hahahahhahaha

é... poema bonito... vai ser difícil cantar em samba, com todas essas palavras rebuscadas e tauz...

Não sou muito de natureza, mas de vez em quando admiro a lua sim.
Enfim.
Ai de mim se, por fim, ...

Esqueci o que eu ia dizer...

Axé.

Álvaro S.Frasson disse...

e quem disse que essa poesia era pra ser samba?
hahahahahahaha
mas se tu conseguir transforma-la em samba, agradeço!

hakuna matata!